Vale a pena investir em uma lava-louças?

O eletrodoméstico, item comum nos lares da América do Norte e Europa, passou a despertar interesse nos brasileiros durante a quarentena. Mas será que corresponde mesmo ao investimento? Confira

A pandemia trouxe muitas mudanças nas rotina das famílias: home office, aulas onlines, lazer. Logo, passando todo esse tempo em casa, as atividades domésticas aumentaram. E como dar conta do trabalho remoto e ainda administrar a limpeza do lar? Investindo em produtos que auxiliam na faxina. Diante disso, a procura por estes itens disparam. A lava-louças é um deles. As vendas subiram 40% de janeiro a junho em relação ao mesmo período em 2019. (Fonte: GFK - Julho 2020).

Populares no exterior, o eletrodoméstico no Brasil está presente em poucas casas. Talvez porque quase nunca encontramos propagandas relacionadas a ele, como por exemplo, vemos de lavadoras de roupa. Fala-se pouco sobre, o que contribui para criação de mitos. A Finish, marca líder de sabão para lava-louças no Brasil, desmistifica os 3 principais:

Limpar toda sujeira das louças com guardanapos ou passar água antes de colocá-las na máquina (MITO)

De acordo com a Finish, esta é uma principais crenças quanto à lava-louças. Não é necessário fazer uma pré-lavagem para colocar os utensílios para lavar. Basta apenas raspar o excesso de comida no lixo antes, já que não se deve incluir sólidos no eletrodoméstico. Os restos de alimentos menores ficam no filtro (que deve ser limpo com frequência). Para aqueles que preferem juntar a louça de todas as refeições e ligar máquina cheia, alguns aparelhos oferecem a opção de pré-lavagem/jato d’água, que ajuda na remoção dos resíduos das vasilhas antes do ciclo. Os modelos atuais já contam com essa função.

A lava-louças consome muita energia e água (MITO)

Ao contrário, a lava-louças pode ajudar a economizar até 100L de água por lavagem em comparação à lavagem manual com 15 minutos de torneira aberta¹. Quanto à energia, os equipamentos mais novos possuem baixo consumo, sendo essa escolha possível buscando o selo Procel InMetro.

A lava-louças só lava pratos e copos (MITO)

A função da máquina é fazer o trabalho de lavar a louça por você. Por isso, além de pratos e copos, comporta também talheres, panelas, assadeiras, taças, bowls, entre outros utensílios usados na cozinha. Além de poupar o seu tempo na pia, a lavagem é mais higiênica em comparação à manual². O equipamento usa água quente a 60 graus celsius (algumas atingem 70ºC) e evita o contato com a bucha de cozinha, superfície com grande quantidade de germes (a esponja pode acumular 480 mil germes por cm², de acordo com um estudo publicado pelo Journal of Applied Microbiology, dos EUA³).

O que eu preciso saber antes de comprar a minha lava-louças?

Antes de sair às compras, é preciso analisar alguns itens:

• quantidade de pessoas na casa;

• número de refeições feitas por dia;

• espaço disponível;

• ergonomia;

É um produto caro? Nem tanto. Se formos comparar o preço de um celular de última geração, a lava-louças ganha em vantagens. Além de agilizar a rotina na cozinha, é um bem durável. Diferente do celular que começa a ficar desatualizado em 1 ano. Você também pode adquirir o produto usado por um preço acessível nos grupos das redes sociais ou marketplaces.

Escolhendo o tamanho ideal da lava-louças (quantidade de serviços)

A Finish explica que primeiro é importante saber o que significa o número de “serviços”. Esse número é a capacidade da máquina considerando a quantidade de itens usados por pessoa. Ou seja, se a lava-louças tem uma capacidade de 8 serviços, ela pode acomodar a quantidade equivalente do uso de 8 pessoas para pratos, talheres e copos utilizados na refeição. No Brasil, existem 6 tamanhos: 6 (apenas de 2ª mão) 8, 10, 12, 14 e 15 serviços. Considerando uma família pequena, a recomendação seria uma de 8 ou 10 serviços, já que além dos utensílios básicos pode-se incluir panelas, assadeira, liquidificador, travessas, potes plásticos. Para uma família maior, as de 14 e 15 serviços são ideais. Agora que já entendemos sobre a quantidade de serviços, vamos um pouco além. Em uma residência com 3 pessoas que cozinham pouco, 8 serviços é mais que suficiente. No entanto, se fazem todas as refeições em casa, 12 serviços atenderia melhor.

Bancada ou de pia?

Bom, as de 6 e 8 serviço são de bancada e não é necessário grandes mudanças na cozinha se a máquina for colocada sobre a pia. Bastam torneira, tomada e disjuntor só para ela. O escoamento pode ser feito direto na pia.

Lembre-se: Nunca, nunca use adaptadores!

As de piso são grandes. Uma lava-louças de 14 por exemplo, tem o tamanho aproximado de um fogão. Porém, mesmo que você não use vasilhas suficientes para enchê-la no fim do dia, não se preocupe. Algumas marcas contam o ciclo meia-carga que ajusta a quantidade de itens para lavar. A desvantagem é ter que se abaixar para colocar e retirar a louça do aparelho. Então, neste caso, leve em conta isto.

De olho no manual

Concordamos que ler o manual não é a coisa mais agradável do mundo, entanto é necessário. Então deixe o desânimo de lado e siga direitinho as instruções antes de instalar sua lava-louças.

Não dispense o eletricista

Antes de instalar a sua máquina, chame um eletricista de sua confiança. Como o eletrodoméstico é potente, ele exige um disjuntor separado e tomada de 20 amperes.

Atenção! Em hipótese alguma use adaptador!

Já falamos sobre isso acima, ainda assim não custa reforçar. Pode ser tentador, porém o aparelho não comporta a tensão e há risco de danificar a sua ajudante. E ainda causar curto-circuito. Sobre a instalação na torre quente, apesar de ser não muito comum, não há impedimentos para a utilização da lava-louças nela, garante a Electrolux. Vale pontuar que neste cenário, o consumidor deverá se atentar para preencher os requisitos de espaçamento para entrada e saída de água e o ponto elétrico do produto, este último sempre de fácil acesso para casos de emergência, afirma.

Usando sua lava-louças pela primeira vez

Como a lavadora de roupa, precisamos preparar a louça antes de ir à máquina e assim obter o resultado esperado. Não. Não é preciso passar uma aguinha antes e nem limpar os pratos com guardanapos como falamos no comecinho da matéria. Basta retirar os resíduos sólidos maiores. As lava-louças mais recentes já contam com um sistema que passa a água para evitar que os alimentos grudem na louça até a hora de ligar.

E o que compromete o resultado? Louças mal-posicionadas, sabão inadequado, ciclo incorreto, pressão da água, falta de limpeza do filtro. Quase sempre, o problema está na posição da louça e na quantidade ou tipo de sabão.

A Electrolux também chama atenção para oscilações de energia na tomada. A marca ainda afirma que a dureza da água afeta diretamente no rendimento da lava-louças ao longo do tempo, uma vez que os minerais livres tendem a reagir com o calor normal do produto.

Alguns itens não secam completamente logo após o ciclo, como plástico e panelas de teflon. Isso pode ser resolvido deixando a porta levemente aberta para o vapor formado pela água quente dissipar.

Quais materiais não devem ser lavado na lava-louças

A Brastemp não recomenda teflon e alumínio, pois podem apresentar manchas após a lavagem devido à composição química do sabão. Cristais e potes plásticos, a empresa aconselha que o consumidor siga a orientação do fabricante. Evite materiais sensíveis ao calor, como por exemplo, potes de plástico, peças de madeira e algumas panelas esmaltadas, já que o calor durante o funcionamento da lava-louças poderá danificá-los, orienta a Electrolux. Sempre verifique as instruções na embalagem do produto, que geralmente tem especificada a possibilidade de colocar no micro-ondas e na lava-louças, indica Finish.

A Oxford Porcelana afirma que seus produtos possuem resistência, sonoridade e porosidade próxima a zero. Por atender a todos esses atributos, podem ir para a máquina. É seguro e não desbota, garante. A restrição somente se aplica para peças que contenham ouro ou prata na sua decoração, aconselha.

Sabão e secante

O detergente para a lava-louças é um produto especial. E, diferentemente do que as pessoas acreditam quando lavam a louça à mão, ele não deve fazer espuma dentro da máquina. O produto é formulado para soltar os resíduos de alimentos e partículas gordurosas, facilitando a remoção durante o enxágue final. E faz tudo isso produzindo a quantidade adequada de espuma para garantir eficácia de limpeza sem danificar o eletrodoméstico, garante a Finish. O melhor desempenho de limpeza com a lavagem na lava-louças não depende apenas dela. A qualidade e performance do sabão e o uso combinado do secante são essenciais para o resultado final. O secante é um líquido usado no fim do ciclo que ajuda na secagem e no brilho da louça. Algumas marcas de sabão dispensam esse produto. No entanto, é necessário acompanhar o fim das lavagens e verificar se realmente é desnecessário.

A Finish possui um tablete especial com o Powerball, com alto poder desengordurante, além do secante que ajuda a dar um brilho intenso para a louça limpa, evitando possíveis manchas.

Cuide bem da sua lava-louças

Para prolongar a vida útil do seu eletrodoméstico, siga com atenção as orientações do manual e dos fabricantes de louças:

• Evite misturinhas milagrosas para usar no lugar do sabão ou do secante. E nunca use detergente comum na sua máquina, pois isso pode danificá-la e não garante a limpeza das louças, de acordo com a Finish. É importante que a escolha seja feita por produtos disponíveis no mercado, preferencialmente os recomendados pelos fornecedores de lava-louças, enfatiza;

• Faça limpeza do filtro semanalmente;

• Nunca use adaptadores (‘T’ ou benjamim);

• Respeite as indicações dos empresas de louças, panelas e utensílios de cozinha e só lave na máquina o que for permitido;

• Nunca higienize verduras ou cozinhe alimentos na lava-louças.

¹ Segundo Dados de Mercado. SABESP/Inst. Falcão Bauer/IBGE

² Fonte: Estudo "Ihne_Investigation of chemical and microbiological residues"

³ Fonte: Estudo “Characterization and qualification of bacterial pathogens and indicator organisms in household kitchens with and without the use of disinfectant cleaner”, de Josephson, Rubino e Pepper, publicado pelo Journal of Applied Microbiology nos EUA em 1997